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Lázaro Ramos

Na Minha Pele

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  • missdulacourtidézett6 évvel ezelőtt
    E aos dezoito concluí: meu padrão não é daqui. E eu quis lançar aos quatro ventos, pendurar uma faixa amarela, quando vi uma pretinha triste, eu escrevi dizendo para ela que tudo nela é de se amar. Tudo. O modo como os músculos dos braços protuberam, a pele que contorna a carne do rosto iluminando, o cabelo que trava os dedos na hora de acarinhar, que é como se dissesse “se eu te permiti tocar tão profundo, então pode permanecer entre os meus fios”.
  • missdulacourtidézett6 évvel ezelőtt
    de palestra em palestra precisam ser lembrados que o racismo existe e aí ficam todos chocados porque o racismo é o crime perfeito que só a vítima vê. E quando se vê insatisfeito, e não guarda mais para si, vira ele o próprio suspeito acusado de mi-mi-mi. E a gente se sente meio otário por ter feito barulho. Retirar a negritude do armário ainda é
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    visto como esbulho. E a gente ajunta o adversário porque vive com orgulho. O bagulho é louco e é necessário ser mais louco que o bagulho. Vem chegando dia 20, o dia da consciência em que radical é o militante cansado de ter paciência. Mas a gente tenta, porque na prática o método aperfeiçoa. A gente vem falar rimando para ver se não magoa. Mas se vocês ainda estão escutando, é porque a gente não fala à toa.1
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    Ouvi recentemente que sou geração tombamento: preta, pobre, consciente, que carrega esteticamente a cura para o próprio tormento. Meu tormento não nasceu comigo. Eu me lembro de senti-lo bem no colégio, dos meninos que me revelaram que amor-próprio era privilégio. O meu amor-próprio foi construído. Demorei, mas aprendi. E aos dezoito concluí: meu padrão
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    Elogio em boca própria é vitupério”.
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    Mesmo quando tentamos esquecer que somos negros, alguém nos lembra”.
  • missdulacourtidézett7 évvel ezelőtt
    ritmado da mão do pilão, bateu forte no espelho, que se espatifou, lançando seus cacos pelo mundo. Assustada, Mahura foi se desculpar com Olorum. Qual não foi a sua surpresa quando o encontrou
  • missdulacourtidézett7 évvel ezelőtt
    Entre o Orun (o mundo espiritual) e o Aiyê (mundo material) existia um espelho, e tudo o que aparecia no Orun materializava-se no Aiyê. Ou seja, o mundo espiritual refletia exatamente o mundo material e não havia a menor dúvida de que cada acontecimento constituía uma verdade absoluta. Portanto, todo cuidado era pouco para não quebrar o espelho da verdade, que ficava justamente entre os dois mundos.
    Mas vivia no Aiyê uma jovem chamada Mahura. A jovem trabalhava dia e noite ajudando sua mãe a pilar inhames. Um dia, desavisadamente, ao perder o controle do movimento
  • missdulacourtidézett7 évvel ezelőtt
    Os eventos abolicionistas eram chamados de “batalhas das flores”. O Quilombo do Leblon, por exemplo, instituiu a camélia como símbolo antiescravista. Quem defendia a libertação dos escravos usava camélias na lapela, e assim os fugitivos podiam identificar ajuda nas ruas. Muitas personalidades importantes, como Rui Barbosa, usavam a flor ou a cultivavam no jardim de sua casa como forma de protesto.
  • missdulacourtidézett7 évvel ezelőtt
    Observem que os imigrantes europeus geralmente sabem descrever com detalhes suas histórias e erguem museus para preservar a memória de seu povo. Onde estão a valorização e a preservação da nossa?
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